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23 de dez. de 2011

Meu 1º pornô

Até hoje algumas pessoas me perguntam como fui parar no pornô. Pra quem não acompanhou esta história desde o princípio, hoje vou contar em detalhes. E, talvez, seja para quem sonha em entrar para o mercado de filmes adultos um balde de água fria. Parte do que se vê não confere com a realidade e o que é realidade não é feito de forma tão prazerosa.





Em 2009 a produtora de filmes adultos Sexxxy World anunciou em seu site e diversos veículos de comunicação que realizaria um concurso para revelar um novo ator pornô. Naquele ano eu já possuía um blog, site e, digamos que, uma vida virtual muito ativa. Eu, então, me inscrevi neste concurso que – segundo a produtora – contou com mais de 12 mil inscritos. Na primeira etapa foram selecionados 12 candidatos e eu estava entre eles. Jornais de várias cidades anunciavam a realização do concurso: Garanhão escolhido vai traçar a gostosa Júlia Paes e, ainda, ganhar por isso – diziam algumas matérias. Logo entendi que a cena seria com tal atriz (em seu auge).



Os 12 selecionados participaram de uma votação popular através do site da produtora. A expectativa era grande, a impressão que dava era de algo grande (seleção, imprensa, atriz famosa, votação, etc). Passei para etapa seguinte com outros 4 candidatos e nesta outra votação foi realizada e somada a avaliação dos produtores. Tive nessa última votação mais de 10 mil votos – mais que o dobro que o segundo colocado. O grande detalhe é que estas informações eu só obtive depois, porque o contato da produtora com os candidatos era praticamente NENHUM.


Alguns repórteres entraram em contato comigo e por intermédio deles descobri que eu havia sido o vencedor do concurso. Eles me perguntaram quando seria a cena, como seria e se de fato gravaria com a Júlia Paes. A partir deste momento o que parecia grande ganhou aparência de golpe de marketing. Entrei em contato com a produtora e eles não confirmaram a minha vitória. Disseram ter sido um equívoco de um agente de publicidade. Ainda assim, alguns jornais publicaram a minha vitória – entre eles o Meia Hora do Rio de Janeiro. Os meus amigos não paravam de me ligar, perguntando o mesmo que os jornalistas – com isso ganhei algumas cervejas pra contar de algo que ainda não tinha acontecido (risos).



O concurso foi realizado em meado de 2009 e somente no final do ano a produtora entrou em contato comigo. Publicaram no site todos os detalhes do que haviam realizado e informaram que em breve eu estaria em uma produção da Sexxxy. Esta produção somente aconteceu em março de 2010 (quase um ano depois do início do concurso) e a partir daí comecei a ver que o pornô não era nada daquilo que eu imaginava. A má condução do concurso já demonstrava isso. Só que na prática (ao vivo e a cores) a coisa se mostrou pior ainda. A tal Júlia Paes já havia se aposentado há tempos (por conta de uma crise financeira que existia e ainda existe no pornô) e a cena não teve nada de diferente. A atriz foi escolhida aleatoriamente e o meu trabalho deveria ser feito de forma igual a atores que já faziam pornô há anos.



Eu gravei com uma atriz chamada Yasmin Vianna (veterana do pornô), em um sítio, acho que quase interior de São Paulo. Neste mesmo dia outros 3 casais fizeram cena e a minha foi uma das últimas, no final da tarde. De um modo geral todos da equipe foram muito gentis e atenciosos. Mas gravar uma cena se revelou algo mais complexo e mecânico do que eu imaginava. Pra quem acha que é chegar e fazer sexo, pode tirar o cavalinho da chuva, pois não é. Há tempo pra tudo, o que acontece na cena deve seguir uma ordem (oral, vagina, anal, gozo) e a preocupação com ângulo (mostrar o que está fazendo para a câmera) vai do começo ao fim. Acredito que os atores experientes já tenham acostumado com o processo e, literalmente, consigam relaxar e gozar. Eu, particularmente, não consegui. Funcionei meia bomba e conclui o trabalho com a sensação de ter feito algo abaixo da minha capacidade. Porém, ouvi dos atores e diretor que isso é comum. Disseram, inclusive, que os iniciantes broxam na maioria das vezes. Em julho de 2010 saiu o filme, que levou o título de Histórias Gozadas. A produtora não me enviou uma cópia e não voltou a me chamar para gravar.

4 comentários:

  1. Engraçado.

    1 - Sobre a crise financeira que dizem que há, pois, os EUA, por exemplo, apesar de maior mercado produtor/consumidor do mundo, sofre a duras penas cópia e downloads ilegais e ainda assim a indústria parece nadar num mar de dinheiro.

    Veja que há espaços para os diversos nichos do mercado por lá, desde produções caseiras até aos mais undergrounds que se sabe. E, aqui essa pouca vergonha.

    Arrisco, dizer, que qualquer um com disposição e conhecimento de causa consegue progredir na terra do tio Sam. Não é por ser Brasil, acontece em muitos lugares do mundo - e por vezes até pior - mas, aqui se você não tiver um Q.I (Quem Indica), não adianta quão bom você seja, você não consegue nada.

    2 - Aqui (lê-se BrasilÂNDIA) há sempre uma coisa a mais do mesmo. Acho que a tal falência do mercado é que por ser tão fechado e tradicional, novas coisas; ideias, pessoas fiquem sufocados/imaterializáveis.

    Hoje em dia, acredito muito mais em produções independentes que apesar das dificuldades que enfrentam por determinadas circunstâncias, algumas já expostas por você, permitem uma nova formulação, isto é, o contato mais próximo entre produtor/consumidor.
    Isso ajuda, por exemplo, a tornar o mercado mais dinâmico e interativo apesar de fragmentá-lo, porque essa proximidade vai permitir tal comunicação que muitas ideias que antes eram "barradas" pelos caciques por não achá-las boas, agora sejam aproveitadas mesmo que em menor escala, no entanto, já serão comercializadas. E, uma vez no mercado, a tendência é que sempre evolua e, por conseguinte, alcance novos consumidores.

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  2. Adoramos o Blog...Parabéns
    Equipe Extasetotal

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  3. oi pessoal queria me ingressar nas produçoes eroticas eo meu maior sonho pra dar uma vida melhor pra mimha familia gostaria de voçes me chamassem por favor eu garanto que voçes nao vam se arrependerem

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